Aos dezassete anos, a minha vida mudou completamente!

Eu costumava ser uma garota tímida com as pessoas e bastante falona com os meus poucos amigos! Os cálculos demonstráveis, a uranoscopia, a fecundação animal, o magnetismo, o óleo sobre o lume fritando a cebola, tudo me maravilhava, eu costumava ser uma encantada observadora e tão inocente. Mas tudo mudou quando nessa doce idade da minha mocidade eu me casei.

Sei que há pessoas que olham-me de um modo estranho tentando entender como foi para mim casar tão jovem e como isso afectou a minha personalidade e relacionamentos com os outros, bom, a minha história não pode ser resumida em três ou quatro frases! Não pode ser apresentada sinteticamente de modo que as pessoas compreendam de imediato.

Eu costumo gostar de pensar que a vida é uma jornada de altos e baixos, momentos de alegria e momentos de tristeza. Eu nunca imaginei que aos meus dezassete anos, eu teria um marido. Não foi uma mudança fácil, mas eu aprendi a lidar com isso e a crescer com as experiências que tive.

Hoje, eu tenho vinte e quatro anos, sou uma esposa e uma mãe. Eu ainda sou tímida em certos momentos, mas eu não tenho medo de ser quem eu sou.

O meu nome é Rasha Hassan, e esta é a minha história.

Eu prometo não deixar nada para fora, em alguns momentos você vai rir e em outros você vai chorar, não diga que não avisei!

Lembro-me nitidamente do dia em que conheci Faruk, reconheci quis dizer! Houve uma época que ele era colega do meu irmão mais velho, enquanto eles estavam terminando o ensino médio eles eram bons amigos, mas como sempre acontece, depois da graduação todos buscam ingressar ao ensino superior e como eles escolheram cursos diferentes em universidades diferentes, a distância os separou.

Mas embora tenha se passado muito tempo desde que perdemos o contacto com o Faruk, num belo dia que o céu estava cinza e pesado, desci para a rua e percebi que os cornisos e as azaleias estavam florindo, fechei um pouco o casaco, o clima estava frio, e eu estava caminhando pela cidade, perdida em meus próprios pensamentos, quando ouvi alguém chamar meu nome. – “Rasha”, - “Rasha”.

Virei-me e deparei-me com um jovem alto, seus cabelos escuros dançavam ao vento em cachos bem-definidos, enquanto ele vestia trajes feitos de capulanas coloridas. Um sorriso acolhedor iluminava seu rosto. Levei um tempo para reconhecê-lo, mas ali estava Faruk, o antigo amigo de meu irmão que não via há anos. Eu mal podia acreditar que aquele rapaz sorridente e charmoso era o mesmo garoto tímido que costumava brincar com meu irmão na escola.

Continua…